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Por que os consórcios estão crescendo e atraindo novas gerações?

Neste início de ano, o número de usuários do consórcio chegou a 9,4 milhões, um aumento de 14,6% comparado a 2022, de acordo com os dados da Associação Brasileira de Administradoras de Consórcios (ABAC)

Autor: Eduardo RochaFonte: 0 autor

Neste início de ano, o número de usuários do consórcio chegou a 9,4 milhões, um aumento de 14,6% comparado a 2022, de acordo com os dados da Associação Brasileira de Administradoras de Consórcios (ABAC). E o mais curioso é que, ainda segundo a última apuração da associação, 44% da base de clientes é formada por jovens entre 18 e 29 anos.

Avalio esse movimento como um reflexo do cenário atual, onde 47% da geração Z não tem o controle de suas finanças e acabam se endividando, como mostra um levantamento feito pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), em parceria com o SPC Brasil. Mas você deve se perguntar como o consórcio vem ganhando força e novos públicos?

A modalidade se destaca por ser uma opção de planejamento financeiro, contribuindo para a educação financeira dos jovens. Além disso, o que diferencia as novas gerações é principalmente a forma como interagem com aplicativos e dispositivos móveis. Segundo uma pesquisa feita pela Anbima e o Datafolha, mais de 50% desse público utiliza mídias sociais como fonte, sendo o YouTube e o Instagram os principais canais.

Sendo assim, é fundamental estabelecer uma conexão digital com esse público, seja no site, no whatsapp ou nas redes sociais. Esses detalhes fazem a diferença no dia a dia, um levantamento da Kantar com usuários do consórcio, por exemplo, mostra que acompanhamento do pós-venda foi o que mais chamou a atenção de 41% dos entrevistados, seguido de atendimento com informações mais claras (40%) e atendimento personalizado (34%), ou seja esses fatores são importantes para aprimorar a relação cliente/administradora de consórcio.

Outro ponto importante que podemos ressaltar é o da inadimplência, enquanto 28,6% das famílias estavam com contas atrasadas nos 4 primeiros meses de 2022, como mostra uma pesquisa feita pela Confederação Nacional do Comércio (CNC), a inadimplência em consórcios de veículos leves, por exemplo, esteve bem inferior a este número, ficando abaixo dos 5,5%, segundo os dados do Banco Central.

A baixa inadimplência nos consórcios é explicada pela mecânica do produto - que envolve uma etapa de “poupança” antes do acesso ao crédito. Segundo os dados da Kantar, o número de clientes que apontavam o consórcio como um jeito de guardar dinheiro passou de 26% em 2020 para 35% em 2022.

Hoje a modalidade possui mais de 9 milhões de usuários, mas tem um público endereçável de aproximadamente 100 milhões de brasileiros. No entanto, consórcio precisa, de forma geral, se reinventar para atender as demandas do novo perfil de consumidor, principalmente por que ainda hoje, os participantes se frustram com a jornada. Por outro lado, o crescimento do número de pessoas que apontam o consórcio como uma solução para adquirir um bem de valor, mostra que aos poucos, o brasileiro acredita cada vez mais nesse instrumento de educação e inclusão financeira.

*Eduardo Rocha, CEO do Klubi

Eduardo Rocha, tem mais de 30 anos de experiência profissional. Foi sócio da Gradus Consultoria e CEO da Rodobens. Pensando em empreender no setor de consórcios um dos que mais cresce no país, Rocha fundou em 2018, o Klubi, primeira fintech a ter autorização do Banco Central para operar com consórcios. Formado em Comércio Exterior, é pós-graduado em Adm. de Empresas pela University of California at Berkeley, possui MBA pela FGV e o AMP pelo Insead, além de extensões executivas em Harvard e no MIT.