Três tendências de mercado de Singapura que podem ser aplicadas no Brasil em 2024
Evento do Sescon-SP no país asiático traz novas visões sobre empreendedorismo, tecnologia, gestão de pessoas e contabilidade
Os desafios e características de cada país são únicos, mas há muito que o Brasil pode aprender com outras experiências. Neste ano, empresários brasileiros voltaram os olhos para a nação com o maior ecossistema de inovação e empreendedorismo do sudeste da Ásia, Singapura, em busca de tendências e aprendizados que podem ser aplicados em 2024 no contexto brasileiro. Lá aconteceu o 7º Seminário Internacional de Excelência Empresarial, promovido pelo Sindicato das Empresas de Serviços Contábeis e das Empresas de Assessoramento, Perícias e Pesquisas no Estado de São Paulo (Sescon-SP).
Carlos Baptistão, presidente do sindicato, informa que o evento trouxe insights dos mais variados para todo tipo de profissional que compareceu, desde questões relacionadas à gestão de pessoas até tecnologias emergentes, como a Inteligência Artificial, e o que esperar do futuro. “Os temas trabalhados durante o evento abrangem diversas áreas importantes para qualquer empresa, com atenção especial para a área contábil, que por si só permeia todas as grandes decisões de negócio”, afirma.
O posicionamento de Singapura no contexto empresarial fez muita diferença nos aprendizados coletados durante o seminário. O país lidera diversos rankings globais e continentais, como de competitividade econômica, de inovação ou educacionais. Ele possui o melhor PIB per capita do sudeste asiático e uma série de índices sociais e econômicos positivos. “Singapura é considerado o melhor local da Ásia para se fazer negócios. É um país relativamente novo, que tinha muitas dificuldades e que, com planejamento, cresceu. É um local que tem muito a ensinar sobre desenvolvimento”, reforça Baptistão.
Elinton Marçal, diretor fundador da SCI, comenta a relevância de participar de eventos como esses. “Além do contato com potenciais clientes, também temos o objetivo de investir em conhecimento próprio, com foco em tecnologia e tendências, e nos aproximar de mais empresas contábeis que ainda estão distantes”, complementa. Já Ricardo Nunes, CEO e cofundador do Grupo CorpServices, que conta com investidores de Singapura, afirma que “trata-se de uma imersão na cultura, tecnologia e economia de outro país muito diferente do Brasil. É muito interessante absorvermos tudo que podemos aprender com isso, assim como é muito bom compartilhar nosso modo de atuar e mostrar a força do Brasil na contabilidade”.
O que, então, o Brasil pode aprender com tudo isso? O presidente do Sescon-SP lista alguns dos principais tópicos discutidos:
A crise de talentos na contabilidade está gerando importação de profissionais
Em maio deste ano, o Governo Federal divulgou que o Brasil possui mais de 21 milhões de empresas ativas no país. Segundo o Sescon-SP, a quantidade de contadores com registro ativo no país é cerca de 500 mil, com 29% deles concentrados em São Paulo. Essa é uma conta que não fecha, e não está acontecendo só por aqui.
“O mundo inteiro está sentindo falta de mão de obra qualificada em contabilidade. Como a área sempre teve esse estereótipo de ser um trabalho maçante e que paga pouco, cada vez menos jovens se interessam em iniciar na carreira, porém, na realidade, está se tornando cada vez mais uma área bem remunerada e estratégica para qualquer negócio. Isso acontece também por conta das novas tecnologias, que fazem com que as pessoas vejam a contabilidade como algo defasado, quando na verdade ela está se integrando às novidades o tempo todo”, comenta Baptistão.
Com a dificuldade das organizações em encontrarem esses profissionais, muitas estão contratando remotamente, criando uma rede internacional de contadores. Isso faz com que as pessoas busquem oportunidades estrangeiras, deixando o mercado nacional e recriando o ciclo.
"A crise de talentos na contabilidade é uma realidade global, e Singapura oferece insights valiosos sobre como superar esse desafio. A contabilidade está se transformando em uma área estratégica e bem remunerada, e é essencial que os jovens enxerguem as oportunidades nesse setor em constante evolução”, completa Paulo Tufani, da BDO Brazil.
Os bancos digitais vêm se popularizando a níveis grandiosos
Desde a crise financeira de 2008, o setor bancário vem se restabelecendo, algo que não é rápido de acontecer depois de algo daquela magnitude. Mas o que está realmente fazendo com que a área mantenha a força é o crescimento dos bancos digitais.
Segundo James Pang, pesquisador e um dos principais palestrantes do seminário, 85% dos bancos priorizam a transformação digital atualmente. Isso vem ocorrendo especialmente após a pandemia, com a adoção em massa da população pelas soluções digitais, inclusive dos mais velhos. Contudo, ainda existem obstáculos para uma transformação digital completa, que inclusive permeiam outros setores além do bancário — um legado de sistemas antigos, dificuldades de mudança na cultura organizacional e falta de capacitação adequada aos colaboradores são algumas das razões para isso.
"A transformação digital no setor bancário floresceu e alcançou uma adoção massiva pela população brasileira. No entanto, os desafios persistem, e a capacidade de adaptação se destaca como um elemento crucial para o sucesso nesse cenário em constante mudança", comentou Fabrício Scalioni, do Impostograma, que integra o Grupo IT Works.
O foco das grandes organizações está na inovação e nas pessoas
Muitas novidades vêm mexendo com o mercado de trabalho nos últimos anos. Vemos mudanças no modelo de trabalho, na diversidade das equipes, nas preocupações das empresas com a sociedade e o mundo, e, claro, na tecnologia, que está avançando mais rapidamente do que geralmente é possível acompanhar.
“A capacidade de adaptação é a mais importante da nova era. Os debates levantados no seminário deixaram isso claro. No momento, isso significa focar em alguns pontos indispensáveis para o consumidor e para o ambiente de negócios moderno: experiência do cliente, cultura organizacional, inclusão e diversidade, e sustentabilidade”, comenta Baptistão.
Na prática, tratar desses temas deve abordar conversas francas entre líderes e equipes, inclusive sobre assuntos delicados como burnout e discussões salariais. Também é importante ficar de olho nas tendências do mercado, como vem sendo o caso do modelo híbrido de trabalho.
Todos esses insights, mesmo que voltados para um ou outro setor, podem ser absorvidos por empreendedores de todos os tipos. São questões que trespassam segmentos e que podem alcançar empresas variadas. Marcelo Lombardo, CEO e cofundador da Omie, ressalta o valor desse tipo de experiência internacional. “É muito importante ‘sair da bolha’ e buscar referências e aprendizados em diversas fontes, algo que, muitas vezes, uma vivência internacional pode trazer de forma única, principalmente quando se investe em inovação e pioneirismo”.
“Quando estamos olhando e prestando atenção, acabamos enxergando obstáculos e oportunidades que não víamos antes. É esse o propósito de eventos como o seminário, do networking global e da atenção para locais diferenciados. Precisamos aprender mais uns com os outros para realmente avançar nossa economia e desenvolver nossos negócios, e isso vale para qualquer país”, finaliza Baptistão.
Sobre o Sescon-SP
O Sindicato das Empresas de Serviços Contábeis e das Empresas de Assessoramento, Perícias e Pesquisas no Estado de São Paulo (Sescon-SP) foi fundado em 1949, trabalhando ao longo de mais de 70 anos como porta-voz das reivindicações de seus associados junto aos poderes do estado, colaborando pela valorização da classe e garantindo apoio constante ao empreendedorismo. Com sede na capital paulista, a entidade atua em parceria com a Associação das Empresas de Serviços Contábeis do Estado de São Paulo (AESCON-SP) e representa cerca de 400 mil empresas. Mais informações: https://sescon.org.br/
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